30 de mai. de 2014

Moda consciente: Estilista paulista cria marca vegana de vestidos de noiva


Vegana há 2 anos, Renata Buzzo percebeu que não conseguiria trabalhar em algo que não estivesse de acordo com seu estilo de vida e decidiu lançar sua própria marca.
Hoje, foca em uma produção sem materiais como pérolas naturais e botões de ossos.


A estilista Renata Buzzo, 27 anos, mostrou seu gosto e aptidão por moda muito cedo. "Aos 6 anos eu já desenhava e, ainda na época da escola, emprestava roupas para minhas amigas", conta.

Quando terminou o colégio, naturalmente seguiu para alguns cursos na área e, depois, para a faculdade. A maior influência era a avó paterna, Lydia. "Ela era apaixonada por roupas e sapatos. Passávamos horas em sua casa vendo o que ela comprava e falando sobre o assunto", lembra. Ao se formar, Renata fez entrevistas em algumas grifes conceituadas, mas percebeu que não era sua praia. Ela queria algo que fosse ao encontro de seu estilo de vida.

Renata é vegetariana desde 2006 e tornou-se vegana (não come nenhum produto de origem animal) há dois anos. "Aprendi desde criança a amar e respeitar os bichos. Comecei a achar incoerente ter um apreço tão grande e mesmo assim consumi-los. Aí fui conhecer o processo industrial de alguns alimentos e fiquei impressionada com a crueldade envolvida", diz.

Seus valores foram fortalecidos ainda mais após um episódio durante o estágio obrigatório da faculdade: "Tive que recortar carcaças de coelhos para aplicar em algumas produções. Fiquei acabada e concluí que, por mais que eu amasse a minha profissão, se não estivesse de acordo com as minhas convicções e ideologias, não seria feliz." Renata se espantou ao saber, por exemplo, que para produzir 1 quilo de seda são necessários 3 mil casulos com lagarta.

Assim, em 2013, nasceu a marca Renata Buzzo, especializada em vestidos de festa e, principalmente, em figurinos de noiva. A maior incentivadora, a avó, faleceu antes de ver a neta abrir o primeiro ateliê, no começo deste ano. Mesmo muito abalada, a estilista decidiu fazer a coleção de inauguração inspirada nela, com referências do seu guarda-roupa e das décadas de 1930 e 1950. "Minhas criações têm um perfume vintage e são 90% manuais", define.

Para confeccionar seus vestidos, Renata utiliza tecidos como crepe, tule e muitas variações de algodão e linho. "Não uso seda, botões de ossos, chifres ou pérolas naturais. Se tenho sobra de algum material, sempre reaproveito, nem que seja em um arranjo de cabelo."

Ao mesmo tempo, confessa que ser cem por cento sustentável é uma utopia. "Para o algodão chegar até mim, ele precisa ser transportado. De algum modo, estarei poluindo. O que tento é amenizar ao máximo o meu impacto na natureza."

O compromisso também continua no dia a dia. Ao levar um estilo de vida mais responsável e sustentável, ela evita comprar roupas e utensílios da China, país com fiscalização ambiental fraca e onde ainda há trabalho em condições de exploração do ser humano. "Acredito que, se cada um se interessar em saber mais sobre o processo industrial das coisas, haverá um entendimento de que o consumo deve ser feito de forma mais consciente", defende.


Fonte:  MdeMulher

28 de mai. de 2014

Empresas veganas ganham força e vão além do ramo alimentício


Empreendedores já apostam em cosméticos e calçados feitos sem nenhum insumo de origem animal

Os brasileiros estão cada vez mais preocupados com a vida dos animais. Segundo dados de 2012 do Ibope, 8% da população se declara vegetariana, o que abre um grande mercado para os produtos voltados para os adeptos do veganismo, vertente do vegetarianismo que prega o fim do consumo de qualquer produto feito com insumo de origem animal ou que envolva testes com eles. Como essa é uma política de consumo que não se resume a alimentos, empresas de outros ramos – como os de calçados e de cosméticos – também estão aderindo à filosofia.

Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), são consideradas veganas aquelas empresas que não utilizam nenhum insumo de origem animal e nem fazem testes com eles. A entidade criou um Selo Vegano, usado para certificar os empreendimentos que respeitam estes princípios.

“A grande maioria das empresas veganas é do ramo alimentício, pois fora dessa área ainda é muito difícil encontrar fornecedores. Além disso, as matérias-primas costumam ser mais caras”, diz Carol Murua, gerente de certificação da SVB.

Uma das pioneiras a trabalhar com esse conceito fora do ramo alimentício foi a Feito Brasil, empresa de cosméticos criada em 2004 que adotou o princípio do veganismo antes mesmo de ele se popularizar no país. “Acreditamos que a vaidade não vale a vida de um animal, por isso usamos produtos de base vegetal. Além disso, estamos instalados em uma chácara verde em Mandaguaçu, no interior do Paraná, que conta com árvores reflorestadas, reutilização da água da chuva, horta orgânica, uso da luz natural em ambientes, além de coleta seletiva”, explica Giulio Peron, gerente de marketing da empresa.

Atualmente, a Feito Brasil conta com 146 produtos diferentes, que são vendidos para todo o país via internet ou distribuídos fisicamente em lojas parceiras. Andreia Sanfelice, farmacêutica responsável pela marca, defende que, além de incorporar os princípios do veganismo, os produtos de beleza feitos com base vegetal têm qualidade superior. “Os óleos vegetais, além de fornecerem suavidade e emoliência, são fontes de vitaminas, sais minerais e possuem composição graxa similar à da pele, oferecendo inúmeros benefícios. Já o óleo mineral não penetra na pele, atuando apenas por oclusão”, esclarece.

Mais nova, mas igualmente vegana, a Ahimsa é especializada no setor de calçados e bolsas. Criada em julho do ano passado, com um investimento de R$ 30 mil, ela rendeu mais de R$ 100 mil apenas no seu primeiro trimestre, e já conta com 25 diferentes produtos, entre calçados, bolsas, malas, mochilas e carteiras.

A empresa nasceu por conta da dificuldade de seu idealizador, Gabriel Silva, em encontrar calçados que não usassem insumos animais. “A indústria têxtil do país é bem avançada, e muitos lugares já trabalham com algodão reutilizado e fios de garrafa PET, que são a base de boa parte dos nossos produtos. Além disso, estamos tendo uma grande aceitação nas regiões que contam com polos universitários, o que nos faz acreditar que a próxima geração vai trazer esses conceitos”, finaliza Gabriel.


Fonte:  Terra 

21 de mai. de 2014

Mostra Internacional de Cinema Pelos Animais - Salvador 2014

Salvador recebe mostra internacional sobre animais

Evento chega à cidade após passagem por Curitiba e Vitória

A Sala Walter da Silveira recebe pela primeira vez na capital baiana a Mostra Internacional de Cinema Pelos Animais, dedicada exclusivamente às questões ligadas ao universo animal. De minúsculos e franzinos ratos de laboratório a gigantescos elefantes selvagens, o projeto reúne mais de 20 produções que procuram explorar e desvendar aspectos diversos da complicada relação do ser humano com as outras espécies.

Criada em Curitiba, onde é sucesso absoluto de público, a versão itinerante da Mostra acontece em Salvador nos dias 29, 30 e 31 de Maio, meses após a famigerada invasão do Instituto Royal por ativistas da causa animal. O evento  traz às telas curtas, médias e longas-metragens que discutem temas como o uso dos animais na ciência, o forte vínculo de amor entre os cães e seus tutores, o abandono e descaso de animais de companhia, a exploração de animais para consumo, dentre outros. Um prato cheio para aqueles interessados no tema.

Com uma programação diversificada, o evento exibe filmes nacionais e estrangeiros, muitos deles inéditos na Brasil. Um dos principais destaques é o filme francês A.L.F, lançado em 2012, cujo relato dos esforços de ativistas para resgatar animais de um laboratório científico tem atraído inúmeros espectadores às salas de cinema.

Além da exibição dos filmes, a Mostra reserva espaço para bate-papo com representantes locais da causa animal que irão comentar os controversos temas levantados pelas obras. Dentre os convidados, estão a vereadora e ativista animal, Ana Rita Tavares, o promotor e coordenador do Núcleo de Pesquisa em Direitos dos Animais, Meio Ambiente e Pós-modernidade e de justiça, Heron Santana, a nutricionista, Mônica Menezes e o coordenador geral da Mostra Animal, Ricardo Laurino.

A entrada para o evento é gratuita e não é necessário cadastro. A programação completa será disponibilizada no site oficial da Mostra durante o mês de Maio.

Para demais informações, basta acessar:  http://www.mostraanimal.com.br/